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Não foram os portugueses nem os castelhanos os primeiros a
singrar os mares ou o Grande Mar Oceano.
Os homens navegaram desde sempre. Os navegadores da
Antiguidade, nomeadamente os polinésios, procuraram aperfeiçoar métodos
simplificados para navegarem entre ilhas orientando-se pelas constelações e por
estrelas.
Os Fenícios orientavam-se pela Ursa Maior.
Os romanos já tinham chegado às ilhas Canárias.
Mas os métodos utilizados não lhes permitiam “tirar o
ponto”, ou seja, determinar ainda que com maior ou menor erro a sua posição no
mar em navegação do alto. A navegação costeira, por seu turno, estava
facilitada pela existência de pontos conspícuos nas costas.
Não foi fácil o espaço percorrido pela navegação à vista e
pela do alto estribada em métodos rudimentares. Muitos anos decorreriam até que
a astronómica surgisse, na verdadeira acepção da palavra:
- cálculo da latitude pelo Sol;
- cálculo da latitude pela Polar;
- cálculo da latitude por outras estrelas; e
- cálculo da longitude.
Atente-se, que se o cálculo da latitude já é realizado pelos
navegadores do séc. XV, o da longitude, que é um problema de tempo, só se
tornou possível no séc. XVIII com a invenção do cronómetro de marinha pelo
relojoeiro inglês John Harrison (1693- 1776) e isto, depois de muitas
tentativas frustradas. Nomeie-se a título exemplificativo o processo de cálculo
das longitudes baseado na variação da declinação magnética, constante do
“Regimento das Longitudes”, de Rui Faleiro, que terá sido utilizado ainda que pontualmente
por Fernão de Magalhães na sua viagem de circum-navegação.
Nos séculos XV e XVI, os navegadores faziam essencialmente
uso das ampulhetas, que serviam para medir o tempo.
Entre os anos 500 e 1000 a Europa padeceu de grande alvoroço
político o que afectou a actividade económica. Neste período o Mar Mediterrâneo
estava essencialmente dominado pelos Árabes.
Logo no século XI constatamos um aumento significativo nas
relações comerciais dos povos europeus, quer entre si quer entre si e os
continentes africano e asiático.
Aqui assumiram papel de relevo as repúblicas italianas,
muito em especial Génova e Veneza, que possuíam navios que velejavam no
Mediterrâneo e faziam escala nos principais centros comerciais, nomeadamente
Alexandria e Bizâncio.
Com o decorrer do tempo foi aumentando uma classe de
mercadores suficientemente ricos para movimentarem quer por terra quer por mar
quantidades consideráveis de mercadorias, o que implicava um sistema
“capitalista” embrionário, com moeda e instituições bancárias, podendo dizer-se
que o século XIII é o século gestante da denominada “revolução comercial”.
A revolução comercial alimentou um espírito expansionista.
Por um lado a conquista de novos mercados e consequentes novas fontes de
rendimento, e por outro, encapotada ou não, por interesses meramente materiais,
a difusão do cristianismo nas zonas a sul do mediterrâneo, praça-forte de
muçulmanos.
No esforço expansionista comercial filiam-se as viagens
terrestres de alguns venezianos, tal como a de Marco Polo (1254-1324), na
segunda metade do século XIII.
Será interessante aqui realçar uma primeira tentativa de
atingir o Oriente por via marítima. Dois jovens, os Vivaldi, largaram ferro no
ano de 1291, com frota reduzida e saindo do Mar Mediterrâneo entraram no
Atlântico, desconhecendo-se se pretendiam seguir para Oeste ou fazer o
acompanhamento costeiro de África. No entanto, nada mais se soube dos dois
irmãos, seus intentos e navios.
Logo no princípio do século XIV, um genovês, Lançarote
Marcelo, descobriu ou redescobriu as Ilhas Canárias. E dizemos que redescobriu,
já que tudo aponta para que algumas ilhas já fossem conhecidas no tempo do
Império Romano.
A náutica mediterrânica anterior ao século XV, estribou-se
na utilização da carta-portulano com existência de linhas de rumo nela
delineadas, sem referência a latitudes, e à utilização de bússolas, uma
invenção dos chineses, instrumento náutico que a bordo dos navios indicava
constantemente o Norte.
As agulhas magnéticas terão começado a ser utilizadas na
Europa no século XII.
Nestas cartas os múltiplos rumos nelas marcados eram os
magnéticos e não os geográficos, por desconhecimento da declinação magnética.
Julgamos que a declinação magnética só foi constatada no século XV, e por
Cristóvão Colombo.
As mais antigas que se conhecem são a Carta Pisano e a Carta
de Carignano, de finais do século XIII ou inícios do século XIV.
Temos uma primeira referência segura à utilização de cartas
náuticas no ano de 1270. São de referir os mapas-múndi de Abraão Cresques
(1323-1387) do Atlas Catalão de 1375.
Deste modo praticava-se uma navegação de “rumo e estima”. Os
pilotos identificavam o rumo da derrota na carta e estimavam as distâncias
percorridas, em conformidade com a sua experiência e com métodos expeditos, o
que nem sempre era tarefa fácil como consequência dos abatimentos sofridos
pelos navios por efeito dos ventos e das correntes marítimas – o abatimento
pode definir-se como o ângulo formado pela quilha do navio e a alheta, que é o
sulco deixado na superfície do mar quando o navio está a navegar, por acção do
vento ou do mar.
No século XIII ou XIV os portugueses já teriam conhecimento
das Tábuas Afonsinas, que terão sido um precioso auxílio nas navegações que
encetaram.
D. Afonso X (1221-1284), o Sábio, foi Rei de Castela e Leão.
Ainda antes de ascender ao trono, reuniu na cidade de Toledo um grupo de
astrónomos com o objectivo de elaborar as ditas Tábuas, que vieram substituir
as Tábuas Toledanas elaboradas pelo astrónomo e matemático árabe Zarkali
(1029-1100).
As Tábuas Afonsinas coligiram o saber astronómico da época e
foram publicadas no dia em que Afonso X subiu ao trono (30 de Maio de 1252).
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Saudações, há tratamento para alzheimer? e mail: adveudes@hotmail.com estou localizado no Brasil, Estado de São Paulo, cidade de São Sebastião da Grama
ResponderEliminarhá também tratamento para TDH ?
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